Cada um tem sua própria religião
Sua religião é tudo aquilo que você faz para desenvolver sua espiritualidade
Independentemente da instituição religiosa que cada um frequenta, cada um sente, absorve, experimenta e compreende de forma diferenciada, de forma particular, de forma individualizada os ensinamentos, ritos, pregações, preceitos e dogmas que a instituição religiosa emprega.
As pregações, preceitos, regras e tudo o mais que faz parte de uma religião, são apresentadas a todos os seus fiéis de forma geral, mas cada um a recebe e a trata de forma particularizada. A religiosidade é algo muito pessoal, não há como todos evoluírem espiritualmente coletivamente, de maneira uniforme, no mesmo ritmo. Cada um evolui no seu ritmo particular, da forma como lhe cabe, da forma como está preparado para evoluir. Um passo de cada vez, sendo cada passo do tamanho que seu grau espiritual lhe permite dar.
Por isso, nem todos seguem à risca as regras e preceitos da religião que segue. Nem todos conseguem seguir à risca os ensinamentos de Cristo, por exemplo. Até por que não os compreende na sua totalidade. Por isso, cada um vive a sua religiosidade da forma como lhe convém, da forma que se sente mais cômodo. Há aquele que quase nada faz para evoluir espiritualmente, assim como há aqueles que se entregam integralmente à vida religiosa, no entanto, de um extremo a outro, nenhum deles é melhor ou pior que o outro e ambos alcançam o mesmo destino.
A religiosidade é algo que faz parte do ser humano de forma natural. O ser humano é por si só um ser espiritual, por estar sempre em busca de algo que parece distante, mas que na verdade está dentro dele mesmo. O ser humano tem uma queda pelo sagrado, uma atração, um sentido natural de veneração pelo que julga ser sagrado. Ele busca por esse “sagrado” no seu mundo externo, sendo que esse “sagrado” é na verdade ele mesmo. Por isso cada um tem sua própria religião.
As instituições religiosas deveriam servir para despertar essa religiosidade particular e individualizada. Não há como tratar a todos de forma generalizada, ainda mais quando a questão é a espiritualidade de cada um. Até mesmo porque não se trata de “pastor” e “rebanho”. Não se pode apegar-se a um “deus” criado e configurado/idealizado por uma instituição religiosa. A religião deveria mostrar o caminho e orientar sobre como segui-lo, mas esse caminho cada um tem o seu, apesar de o destino ser o mesmo para todos.
Os templos deveriam ser lugar de troca de experiências, confraternizar e de ajuda mútua, além de lugar de oração e veneração, para aqueles que sentem necessidade de um lugar “mais sagrado” para sentir essa presença espiritual, mesmo que saiba que a presença espiritual é ele mesmo, está dentro de cada um.